Me lembro também do quanto fiquei feliz e de como a minha bicicletona - sim, aro 26!- era linda. Cuidei muito dela e não deixava mais ninguém andar. Gostava muito da garupa e da cestinha. Carregava o meu irmão na garupa e na cestinha, as frutas que a gente ia buscar nas chácaras próximas à nossa casa. A vida era só diversão. Corríamos -eu e a bicicleta- muito pra cima e pra baixo o tempo todo, pulávamos rampas feitas com tábua e tijolo, era uma festa!
O tempo foi passando, eu fui ficando adulta e passei a pensar na bicicleta não como instrumento de diversão, agora seria meio de locomoção. E a bicicleta, coitada, estava ficando velha e precisava de manutenção, pois não é fácil ser companheira de uma menina-moleca por mais de dez anos. A essa altura de sua vida, a pobre Ceci já não tinha mais freios, cestinha ou garupa. Estava tudo estratégicamente escondido, para que, um dia, ela fosse pra manutenção e as pecinhas pros devidos lugares.
E o dia da manutenção chegou. E a bicicleta foi pra lá e nunca mais voltou. O homem mau da bicicletaria tomou Doril e nunca mais apareceu com a minha bicicleta. Simplesmente desapareceu com TODAS as magrelas que lá estavam. Quase tive um treco, de tanta raiva, e me vi obrigada a comprar uma nova.
E não é que ontem eu a vi novamente? Estava com um candango feio e magro. Tive vontade de bater no cara e pegar de volta a bicicleta que já não me pertence mais.
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